30.6.01
28.6.01
Alguém que trabalha resenhando produtos culturais consegue frui-los em paz? Um resenhista consegue ler só por prazer? Ler para os outros é a mesma coisa que ler para si mesmo? Alguém que resenhou mais de 3000 livros responde. (RSF)
Como era de se esperar, muita gente discordas das opiniões que Scott McCloud expressa nas I Can´t Stop Thinking!. Entre eles, está o pessoal do Penny Arcade - um site de quadrinho online bastante implicante (e, por isso mesmo, divertido). A resposta deles dá o que pensar. (RSF)
Segundo pesquisas, cerca de cem milhões de americanos não acreditam na Teoria da Evolução das Espécies pela Seleção Natural. Em 1989, Richard Dawkins, professor da Universidade de Oxford, escreveu que "It is absolutely safe to say that if you meet somebody who claims not to believe in evolution, that person is ignorant, stupid or insane (or wicked, but I'd rather not consider that)."
Pelo visto, ele está sendo forçado a reconsiderar a parte do "wicked". (RSF)
Pelo visto, ele está sendo forçado a reconsiderar a parte do "wicked". (RSF)
Neil Gaiman - que como todo mundo deve saber é o autor de Sandman - lançou um livro recentemente (American Gods). Ontem saiu uma nota no Wired News sobre o diário online dele, que, segundo o jornalista, é um possível modelo de promoção para livros.
Na mesma página, há duas outras notas sobre experimentos que procuram tornar a leitura na tela mais parecida com a no papel. (RSF)
Na mesma página, há duas outras notas sobre experimentos que procuram tornar a leitura na tela mais parecida com a no papel. (RSF)
27.6.01
"Não é apropriado que as meninas aprendam a ler e escrever, exceto se quiserem ser freiras, pois outra forma poderão, chegada a idade, escrever ou receber missivas amorosas"
Um nobre da Europa Medieval, citado por Alberto Manguel em Uma História da Leitura (RSF)
26.6.01
Lembrete para todos que gostam de contar vantagem sobre a variedade de sua vida sexual: não façam isso por e-mail. Principalmente pelo seu endereço no trabalho. De repente seus amigos passam a mensagem adiante e você é despedido, igualzinho a um banqueiro americano na Coréia. (RSF)
25.6.01
24.6.01
Hoje li uma hq para web de um autor que eu não conhecia; "Piercing", de David Gaddis. O desenho é muito bom, e a história é legal. Só demora uma tempão para carregar. (RSF)
23.6.01
"Quando ele lia, seus olhos perscrutavam a página e seu coração buscava o sentido, mas sua voz ficava em silêncio e sua língua quieta. Qualquer um podia aproximar-se dele livremente, e em geral os convidados não eram anunciados; assim, com freqüência, quando chegávamos para visitá-lo nós o encontravámos lendo em silêncio, pois jamais lia em voz alta.
(...)
Talvez ele tivesse medo de que, se lesse em voz alta, algum trecho difícil do autor que estivesse lendo poderia suscitar uma indagação na mente de um ouvinte atento, e ele teria então de explicar o significado da passagem ou mesmo discutir sobre alguns pontos mais abtrusos".
Santo Agostinho, sobre seu professor, Santo Ambrósio, e seus hábitos de leitura. O trecho é uma passagem de Confissões, de Agostinho, citado em no segundo capítulo de Uma História da Leitura, de Alberto Manguel. O capítulo trata da oposição entre a leitura falada e a em voz alta, que era a prática comum na Antigüidade, e leitura silenciosa. (RSF)
Angelina Jolie vs Lara Croft:
E - mesmo levando tudo em consideração - ela ainda está perdendo de Lara Croft. A altura das duas é só o começo. (RSF)
"Jolie is rumoured to have accepted the role of Lara Croft to annoy her first husband, Jonny Lee Miller, a one-time avid player of the videogame. During their marriage, Jolie says, "I ended up hating Lara Croft because she was the one keeping him up all night, and not me." The pair separated in 1999."
E - mesmo levando tudo em consideração - ela ainda está perdendo de Lara Croft. A altura das duas é só o começo. (RSF)
22.6.01
Ontem li Lucifer - A Opção Estrela da Manhã, a encadernação de uma mini-série de Mike Carey (que não me lembro de ter ouvido falar) e Scott Hampton (artistas da segunda parte de Livros da Magia. A história é muito boa, conseguindo criar uma situação da qual Lúcider (aquele mesmo, agora fora do Inferno e dono de um nightclub) não pode sair usando só força bruta. E a arte é maravilhosa. (RSF)
De volta com a "Guerra às Drogas", a justiça norte-americana está atacando clubes que se preocupam em diminuir os riscos do consumo de drogas. (RSF)
21.6.01
Depois de meses, saiu a sexta edição de I Can´t Stop Thinking, uma coluna "mensal" sobre quadrinhos na Web assinada por Scott McCloud. Assim como Desvendando os Quadrinhos, a coluna é apresentada como uma hq.
A deste mês não está muito boa, mas as anteriores valem a pena. (RSF)
A deste mês não está muito boa, mas as anteriores valem a pena. (RSF)
X-Force 116. Um dos membros da equipe deixando clara sua visão sobre heroísmo.
"Why do you think we´re in this if it isn´t for personal businness?
The best seat in the house. Money. Sex. Fame. Power. All this... Isn´t that what it´s all about?
The missions we go on... They´re just the sideshow we have to deal with... So we can have this life." (RSF)
"Why do you think we´re in this if it isn´t for personal businness?
The best seat in the house. Money. Sex. Fame. Power. All this... Isn´t that what it´s all about?
The missions we go on... They´re just the sideshow we have to deal with... So we can have this life." (RSF)
Passei o dia na frente do computador hoje, mas não li nada interessante. Dei uma olhada numas páginas, mas estava ocupado, então salveis as coisas para ler depois. Acho que vou sair da frente desse negócio mais cedo, pra ver se termino o Amores Difíceis ou leio umas revistas que um amigo trouxe. (RSF)
18.6.01
Comprei gibi novo hoje. Uma X-Force (númro 116)na qual um escritor e um desenhista que gosto muito (Peter Milligan e Mike Allred, respectivamente) assumem um título que até o mês anterior era o mais sem pé nem cabeça da linha X (que abarca todos os títulos relacionados com os dos X-Men). Apesar de não ser a X-Men nova - que estou doido pra ler, mas ainda não achei - me diverti bastante.
A premissa do título é bem realista, deixando de lado os super-poderes e tal: uma equipe de super-seres que estão nessa pela fama e pelo dinheiro. Nada de altruísmo, nada de paz entre mutantes e humanos. A X-Force luta por espaço na mídia e para vender mais bonequinhos.
Apesar de obedecer o velho esquema das primeiras edições (apresentar os personagens - já que nenhum dos anteriores se manteve-, estabelecer a premissa), a revista é bem legal: os personagens são interessantes e a premissa parece ter pra onde ir. E o final é surpreendente.
Obviamente, eu preferia ter lido a New X-Men... (RSF)
A premissa do título é bem realista, deixando de lado os super-poderes e tal: uma equipe de super-seres que estão nessa pela fama e pelo dinheiro. Nada de altruísmo, nada de paz entre mutantes e humanos. A X-Force luta por espaço na mídia e para vender mais bonequinhos.
Apesar de obedecer o velho esquema das primeiras edições (apresentar os personagens - já que nenhum dos anteriores se manteve-, estabelecer a premissa), a revista é bem legal: os personagens são interessantes e a premissa parece ter pra onde ir. E o final é surpreendente.
Obviamente, eu preferia ter lido a New X-Men... (RSF)
17.6.01
Semana passada, finalmente cliquei num banner que vejo sempre, de uma tal Revista 2k. Lá, achei uma matéria sobre um programa lá da faculdade do qual já participei: o Centro de Estudos e Pesquisa em Cibercultura. Cool, ain´t it? (RSF)
Ontem, finalmente terminei Como e Por Que Ler. Acho que o tempo foi bem gasto, apesar da irritação que bate com alguns comentários nada com nada que rolam - e que vão tornar o livro datado, como referências a Bill Clinton. Tudo bem que o livro é pessoal, mas às vezes o autor exagera. Acho que o tempo com o livro foi bem gasto: ouvi falar de alguns autores desconhecidos (Corman McCarthy), resolvi deixar outros de lado por mais um tempo (Flannery O´Connor e Proust) e ler logo alguns (Thomas Mann e Thomas Pynchon).
Eu gosto bastante desses livros que falam de livros: sempre descubro alguma coisa. Ao mesmo tempo, fico inquieto por ter que trabalhar, estudar, sair de casa, falar com pessoas, navegar na Internet... em vez de ficar lendo. (RSF)
Eu gosto bastante desses livros que falam de livros: sempre descubro alguma coisa. Ao mesmo tempo, fico inquieto por ter que trabalhar, estudar, sair de casa, falar com pessoas, navegar na Internet... em vez de ficar lendo. (RSF)
16.6.01
O clássico das multidões "Monthy Python e o Cálice Sagrado" está sendo lançando em DVD. Com som stéreo e 23 segundos nunca antes vistos. Eles deram uma entrevista para a Salon, falando sobre o filme e quais os 23 segundos que faltavam.
Só pra aprender a escever "shrubbery", já vale a pena. NI! (RSF)
Só pra aprender a escever "shrubbery", já vale a pena. NI! (RSF)
15.6.01
Uma das coisas que mais me deixa agoniado quando penso no passado, é a higiene: banhos sem sabão, ruas imundas e dentes podres. Para o último problema, os dentistas tinham uma solução - dentaduras de dentes humanos novinhos dos campos de batalha. (RSF)
Muita gente está investindo - ou esperando para investir - numa conexão com a Internet que não passe pelos caros e ineficientes cabos das telefônicas. Mas o acesso perpétuo traz vários problemas de segurança. Segundo Sílvio Meira, o grande problema é como reorganizar a rede para que disponibilidade, autenticidade, integridade e confidencialidade não impliquem em supressão de liberdade, excesso de formalismo, falta de flexibilidade e comprometimento do ciclo evolutivo das comunicações. (RSF)
Há muito tempo associada com relógios de bolso e frases como "você está com muito sono", a hipnose está sendo estudada a sério: tomografias e outras tecnologias estão mostrando que ela pode ser uma aliada no tratamento de doenças e de dor crônica. (RSF)
Acho que ninguém por aqui está em condições de despedir ninguém, mas não deixa de ser interessante dar uma olhada nessas dicas de como demitir. Se bem que "oficinas de demissão" é um pouco demais pra minha cabeça não-superprofissional. (RSF)
Eu não estava esperando nenhuma maravilha. Só uma mulher bonita pra ficar olhando enquanto ela pula dum lado pro outro, dispara armas e bate nos "malvados". Nada demais. O trailer é até legal...
Daí eu soube que o filme ia ser re-editado, de tão ruim que ficou. E hoje eu leio uma resenha detonando o negócio todo:
There are a lot worse reasons to go to the movies than to ogle a beautiful star (and this applies to stars and audiences of all genders and orientations). But "Lara Croft: Tomb Raider" is such an inept bundle of work -- crying out for the filmmaking equivalent of Ritalin, but still sluggish as syrup -- that it doesn't even provide an opportunity to ogle properly.
Mas isso vai me impedir de gastar seis reais pra ver a bomba? Não! Claro que não: eu sou um consumidor passivo de produtos culturais (aka: "uma besta mesmo"). (RSF)
Daí eu soube que o filme ia ser re-editado, de tão ruim que ficou. E hoje eu leio uma resenha detonando o negócio todo:
There are a lot worse reasons to go to the movies than to ogle a beautiful star (and this applies to stars and audiences of all genders and orientations). But "Lara Croft: Tomb Raider" is such an inept bundle of work -- crying out for the filmmaking equivalent of Ritalin, but still sluggish as syrup -- that it doesn't even provide an opportunity to ogle properly.
Mas isso vai me impedir de gastar seis reais pra ver a bomba? Não! Claro que não: eu sou um consumidor passivo de produtos culturais (aka: "uma besta mesmo"). (RSF)
14.6.01
Will Eisner - mestre das hq e criador do Spirit - esteve de novo no Brasil. Dessa vez para o III Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco. Lá, o velhinho deu essa entrevista. (RSF)
Agora à noite, achei uma resenha de Jimmy Corrigan - The Smartest Kid on Earth (de Chris Ware) e The Jew of New York (de Ben Katchor). Ainda não terminei de ler a resenha, mas ela é cheia de páginas dos quadrinhos.
Eu já tinha ouvido falar de The Jew, mas não tinha visto nenhum página. Tenho alguns números da ACME Novelty Library - onde Jimmy Corrigan surgiu - e gosto bastante, apesar do preço. É uma daquelas coisas que tenho que comprar, já que ninguém que conheço vai se interessar o suficiente: muito, muito, muito triste e explorando formalmente os quadrinhos.
Ontem, li uma coluna sobre quadrinhos que acompanho que fala - mais ou menos - dessas graphic novels. Ou, melhor, do problema que é ter só essas graphics "cabeça" nas livrarias, quando os livros que mais vendem não são nenhuma maravilha quanto à complexidade. (RSF)
Eu já tinha ouvido falar de The Jew, mas não tinha visto nenhum página. Tenho alguns números da ACME Novelty Library - onde Jimmy Corrigan surgiu - e gosto bastante, apesar do preço. É uma daquelas coisas que tenho que comprar, já que ninguém que conheço vai se interessar o suficiente: muito, muito, muito triste e explorando formalmente os quadrinhos.
Ontem, li uma coluna sobre quadrinhos que acompanho que fala - mais ou menos - dessas graphic novels. Ou, melhor, do problema que é ter só essas graphics "cabeça" nas livrarias, quando os livros que mais vendem não são nenhuma maravilha quanto à complexidade. (RSF)
Não li quase nada na Internet hoje. Além de ter passado um tempão resolvendo um problema com um vírus, outro vírus me deixou sem a mínima disposição para qualuqer coisa mais complicada que ficar deitado.
Por outro lado, dei um pique no Como e Por Que Ler e em Os Amores Difíceis: estou quase terminando os dois. Acho que o próximo da fila vai ser Uma História da Leitura, de Alberto Manguel. Até onde eu sei, o livro trata de aspectos diferentes do ato de ler através dos tempos. Tem algum tempo que eu quero pegar esse livro, mas fico enrolando.
Os contos de Clarice Lispector continuam parados. Ando meio desatencioso, e nessa distração, acabo não entendendo nada do que acontece - quando acontece - nas histórias. (RSF)
Por outro lado, dei um pique no Como e Por Que Ler e em Os Amores Difíceis: estou quase terminando os dois. Acho que o próximo da fila vai ser Uma História da Leitura, de Alberto Manguel. Até onde eu sei, o livro trata de aspectos diferentes do ato de ler através dos tempos. Tem algum tempo que eu quero pegar esse livro, mas fico enrolando.
Os contos de Clarice Lispector continuam parados. Ando meio desatencioso, e nessa distração, acabo não entendendo nada do que acontece - quando acontece - nas histórias. (RSF)
11.6.01
Seguindo os links de um artigo da Salon sobre censura, eu cheguei em um outro sobre uma mãe liberal que chega à conclusão que vem censurando - ou "filtrando", como ela coloca - produtos culturais durante toda a vida da filha. At´aí, tudo bem. Que mãe não faz - ou fez - isso?
Mas a natureza do "filtro" que ela coloca é bem estranha: nada de filmes comerciais, nada de Barbie, mudar os artigos do masculino para o feminino... Esse tipo de proteção me incomoda, fico com a impressão que a criança vai crescer meio alienada do "mundo de verdade". Ou, no mínimo, muito chata. (RSF)
Mas a natureza do "filtro" que ela coloca é bem estranha: nada de filmes comerciais, nada de Barbie, mudar os artigos do masculino para o feminino... Esse tipo de proteção me incomoda, fico com a impressão que a criança vai crescer meio alienada do "mundo de verdade". Ou, no mínimo, muito chata. (RSF)
Alguns mamíferos gastam mais de 3% da energia que consomem brincando. Filhotes humanos, quase 15%. Então o negócio deve prestar para alguma coisa.
Os resultados de uma pesquisa recente sugerem que as brincadeiras surgiram durante a evolução como forma de desenvolver e conectar partes dos cérebros enormes (em relação ao peso corporal) dos mamíferos. (RSF)
Os resultados de uma pesquisa recente sugerem que as brincadeiras surgiram durante a evolução como forma de desenvolver e conectar partes dos cérebros enormes (em relação ao peso corporal) dos mamíferos. (RSF)
A Universidade Federal da Bahia desenvolveu, em parceria com a Eletrobrás um gerador movido a dendê, que será instalado em ilhas no litoral baiano.
Não importa a importância da notícia ou o quanto é bom ver o desenvolvimento científico nacional ocorrendo: qualquer coisa envolvendo dendê ainda parece piada. Ainda mais com um título como "Moqueca de Energia". (RSF)
Não importa a importância da notícia ou o quanto é bom ver o desenvolvimento científico nacional ocorrendo: qualquer coisa envolvendo dendê ainda parece piada. Ainda mais com um título como "Moqueca de Energia". (RSF)
10.6.01
Quando se toma um fora depois de um relacionamento, bate uma saudade imensa e todas as recordações da pessoa se tornam bem mais significativas. Suponho que o mesmo aconteça quando uma pessoa encerra suas atividades por falta de capital, como o Suck fez comigo.
Li algumas coisas antigas. A partir de uma matéria na Salon, achei essa tipologia do e-mail. (RSF)
Li algumas coisas antigas. A partir de uma matéria na Salon, achei essa tipologia do e-mail. (RSF)
Se existe alguém que acompanha isto aqui, já deve estar cansado de ver menções ao McSweeney´s. Se você é essa pessoa hipotética e ainda não deu uma chance para os textos sem pé nem cabeça (mas mesmo assim muito bons) do site, recomendo Hitting, que saiu essa semana.
Mas eu recomendaria de qualquer modo, mesmo que você não tenha gostado antes. Se fosse o caso, eu diria "que esse é diferente". (RSF)
Mas eu recomendaria de qualquer modo, mesmo que você não tenha gostado antes. Se fosse o caso, eu diria "que esse é diferente". (RSF)
Adoro quando a bibliografia dos meus trabalhos vem até mim: às vezes acho que poderia pesquisar sobre tudo se nunca fosse obrigado a sair do quarto. Hoje, na Folha, saiu um artigo do Baudrillard sobre programas de televisão que expõem o cotidiano. Apesar das afirmações bombásticas - começando pelo título, "Banalidade mortífera" - e pra lá de idiossincráticas, o texto tem algumas coisas interessantes.
E bibliografia é bibliografia. (RSF)
E bibliografia é bibliografia. (RSF)
9.6.01
Respondendo à pergunta que eu mesmo fiz, o próximo dos meus sites favoritos a fechar foram o Suck e o Plastic. Eu devia saber: eles e a Feed faziam parte do mesmo grupo - Automatic Media. Segundo uma nota na Salon, o fundador da Feed, Steven Johnson, está procurando compradores para os três sites.
Desejo boa sorte a ele, já que tanto o Suck quanto a Feed eram partes obrigatórias da minha navegação diária. O Plastic, um weblog, vai continuar, enquanto a paciência dos voluntários restantes durar.
During the current industry implosion, you have to be a telecommunications giant that sunk billions into now-glutted optic fiber capacity, or a would-be portal that bloated itself on acquisitions before expiring with a gasp, to make it into the business headlines.
But if your Web scales are tuned instead to measure intellectual quality or pop-culture creativity, then this news registers with sorry intensity. The Internet downturn has already left many investors impoverished; now the downturn is starting to hit the rest of us where it hurts -- in our daily bookmarks.
Scott Rosenberg, editor da Salon, sobre a falência dos sites.
E por que todo mundo está esquecendo do alt.culture? (RSF)
Desejo boa sorte a ele, já que tanto o Suck quanto a Feed eram partes obrigatórias da minha navegação diária. O Plastic, um weblog, vai continuar, enquanto a paciência dos voluntários restantes durar.
During the current industry implosion, you have to be a telecommunications giant that sunk billions into now-glutted optic fiber capacity, or a would-be portal that bloated itself on acquisitions before expiring with a gasp, to make it into the business headlines.
But if your Web scales are tuned instead to measure intellectual quality or pop-culture creativity, then this news registers with sorry intensity. The Internet downturn has already left many investors impoverished; now the downturn is starting to hit the rest of us where it hurts -- in our daily bookmarks.
Scott Rosenberg, editor da Salon, sobre a falência dos sites.
E por que todo mundo está esquecendo do alt.culture? (RSF)
Já estava mais que na hora do negócio se espalhar: depois de John Maeda e seu Drawing by Numbers, outros artistas estão escrevendo seus próprios programas para produzir arte. (RSF)
Fiz hoje a arrumação nas minhas coisas, como vinha me prometendo. Me livrei de muita coisa, principalmente foto-cópias e impressos.
No meio da arrumação, peguei Os Amores Difíceis, do Italo Calvino para dar uma olhada numa história. Resultado: releitura. Enquanto isso, Clarice Lispector continua empacada, Harold Bloom avança devagar e Uma História da Leitura fica olhando torto para mim. (RSF)
No meio da arrumação, peguei Os Amores Difíceis, do Italo Calvino para dar uma olhada numa história. Resultado: releitura. Enquanto isso, Clarice Lispector continua empacada, Harold Bloom avança devagar e Uma História da Leitura fica olhando torto para mim. (RSF)
8.6.01
Hoje também li uma entrevista que eu e minha namorada demos, sobre "namoro sério". Haja escalde, mas fazer o quê?
Hoje eu reli mais uma vez Face, de Peter Milligan e Duncan Fregredo. É uma das graphic novel que mais gosto, sobre um cirurgião plástico, sua esposa e um artista do nível de Picasso que quer voltar a produzir - e para isso quer ter seu rosto transformado numa cópia de uma retrato cubista.
A história parece ser formda por uma série de vinhetas que vão se tornando mais longas conforme o clímax se aproxima. Apesar de isso ser uma constante tanto no cinema quanto nas hqs, em Face a diferença é bem clara por conta do esquema de cores mudar a cada episódio.
Assustador e cheia de reflexões sobre a natureza da Beleza e da Arte, Face merecia a publicação no Brasil, mais até que Kill Your Boyfriend (que também fez parta da série Vrtigo Voices. Principalmente por ser esgotada lá fora. (RSF)
A história parece ser formda por uma série de vinhetas que vão se tornando mais longas conforme o clímax se aproxima. Apesar de isso ser uma constante tanto no cinema quanto nas hqs, em Face a diferença é bem clara por conta do esquema de cores mudar a cada episódio.
Assustador e cheia de reflexões sobre a natureza da Beleza e da Arte, Face merecia a publicação no Brasil, mais até que Kill Your Boyfriend (que também fez parta da série Vrtigo Voices. Principalmente por ser esgotada lá fora. (RSF)
Não estou conseguindo parar de ler sobre o ato de leitura e as modificações que ele sofre na Internet. O mais recente, saiu no Nova-E.
Estava pensando até em escrever um trabalho sobre o assunto para uma disciplina, mas o professor e os meus colegas desbancaram o tema em favor de algo mais pop.(RSF)
Estava pensando até em escrever um trabalho sobre o assunto para uma disciplina, mas o professor e os meus colegas desbancaram o tema em favor de algo mais pop.(RSF)
6.6.01
Quando estava no primário e no ginásio, eu tinha a impressão que os professores sempre escolhiam os piores textos, trechos e livros possíveis para trabalhar com seus alunos na sala de aula. Acho que o objetivo disso era fazer com que as pobres crianças associassem a leitura ao insuportável sofrimento causado por aquelas aberrações e nunca pensassem em se tornarem professores de português para fazer concorrência. Hoje, tive uma amostra bastante iluminadora desse fenômeno.
Minha mãe - que é coordenadora em uma escola primária - trouxe para casa um livro - Namorinho de Portão, de Elias José - para que meu irmão digitasse uma poesia selecionada por uma professora para ser usada em alguma atividade.
O mesmo livro tem vários poemas bem mais interessantes, como este:
Bem melhor, não? E bem legal de ler alto e rápido. É um "tata-tá" sem fim. (RSF)
Minha mãe - que é coordenadora em uma escola primária - trouxe para casa um livro - Namorinho de Portão, de Elias José - para que meu irmão digitasse uma poesia selecionada por uma professora para ser usada em alguma atividade.
Brincando de não-me-olhe
Não me olhe de lado
Que eu não sou melado.
Não me olhe de banda
Que eu não sou quitanda.
Não me olhe de frente
Que eu não sou parente.
Não me olhe de trás
Que eu não sou satanás.
Não me olhe no meio
Que eu não sou recheio.
Não me olhe pela janela
Que eu não sou panela.
Não me olhe da porta
Que eu não sou torta.
Não me olhe do portão
Que eu não sou leitão.
Não me olhe no olho
Que eu não sou caolho.
Não me olhe na mão
Que eu não sou mamão.
Não me olhe no joelho
Que eu não sou espelho.
Não me olhe no pé
Que eu não sou chulé.
Não me olhe de baixo
Que eu não sou riacho.
Não me olhe de cima
Que acabou a rima.
O mesmo livro tem vários poemas bem mais interessantes, como este:
A pata da gata
A pata
da gata
ata, ata
e desata.
A pata
da gata
ataca
a maritaca
e a bota
da Maricota.
A pata
da gata
bata na bola,
batuca na lata,
luta com a rata,
cutuca na nata.
A pata
da gata
ata, ata
e desata
e não acata
as ordens da gata.
Bem melhor, não? E bem legal de ler alto e rápido. É um "tata-tá" sem fim. (RSF)
5.6.01
Tenho lido até que bastante coisa, mas ando meio sem paciência de comentar: ou acho que não tenho nada de interessante a dizer ou que ninguém vai se interessar por coisas como palavrões iugoslavos.
Hoje li - além de mais uns pedaços do livro mais novo do Harold Bloom - uma entrevista com Pierre Lévy e um artigo bem grandinho sobre O Senhor dos Anéis. O artigo é muito bom, tentando analisar o livro como um livro moderno, apesar de negar quase tudo que caracterizou o Modernismo na literatura. Esses artigos estão me deixando com vontade de finalmente ler o livro. De Tolkien, até hoje só li O Hobbit, apesar da propaganda de alguns amigos (que não lêem muito mais que horror e fantasia...)
Enquanto escrevo isto aqui, estou lendo um texto breve sobre o Situacionismo, que saiu no Barbelith, um site sobre Invisíveis que virou revista e dando uma olhada no diário de Neil Gaiman. Achei bem legal o comentário dele sobre as críticas (apesar de me parecer um pouco ficção demais):
Espero que meu fastio quanto a escrever comentários passe, ou que ache coisas tão interessantes que tenha que escrever de qualquer jeito. (RSF)
Hoje li - além de mais uns pedaços do livro mais novo do Harold Bloom - uma entrevista com Pierre Lévy e um artigo bem grandinho sobre O Senhor dos Anéis. O artigo é muito bom, tentando analisar o livro como um livro moderno, apesar de negar quase tudo que caracterizou o Modernismo na literatura. Esses artigos estão me deixando com vontade de finalmente ler o livro. De Tolkien, até hoje só li O Hobbit, apesar da propaganda de alguns amigos (que não lêem muito mais que horror e fantasia...)
Enquanto escrevo isto aqui, estou lendo um texto breve sobre o Situacionismo, que saiu no Barbelith, um site sobre Invisíveis que virou revista e dando uma olhada no diário de Neil Gaiman. Achei bem legal o comentário dele sobre as críticas (apesar de me parecer um pouco ficção demais):
The last time I listened to a review (good or bad) was in 1987, and it was a review of Violent Cases, my first ever graphic novel (with Dave Mckean drawing). The review said it was a good book, but it was too expensive. Dave and I took that to heart, and we went to the publisher, showed him the review, and asked him to lower the price.
So for the next two or three printings, the book was cheaper. We made a lower royalty. And no-one ever noticed or said anything, nor did anyone ever say anything when, with the next edition, the price went back up again. Which, I decided, was reason enough not to listen to reviews.
Espero que meu fastio quanto a escrever comentários passe, ou que ache coisas tão interessantes que tenha que escrever de qualquer jeito. (RSF)
Há um mês e pouco estou me prometendo fazer uma limpeza nas minhas coisas: jogar fora papéis, achar outro lugar para revistas, me livrar dos recortes... Mas já está determinado que todos os livros ficam. Sei que é um caminho muito perigosos, mas falta coragem para me livrar dos meus livrinhos. Inclusive os que eu sei que não vou ler nunca.
Pra ver se me inspirava um pouco, fui reler Books Won't Furnish a Room, um cara contando como ele reduziu sua biblioteca. Mas não adiantou muito: não consigo lembrar de nada que eu pudesse me desfazer. (RSF)
Pra ver se me inspirava um pouco, fui reler Books Won't Furnish a Room, um cara contando como ele reduziu sua biblioteca. Mas não adiantou muito: não consigo lembrar de nada que eu pudesse me desfazer. (RSF)
3.6.01
Quando eu era moleque, babava toda vez que lia alguma coisa sobre video-texto. Tirando aquela porcaria do Video-Papo, nunca vi nada do tipo por aqui, pulando direto para a Internet.
Lá na França, um serviço de video-texto independente da Internet - o Minitel - continua funcinando. E empresas como o Yahoo estão trabalhando para utilizar o sistema. A diferença de um serviço que serve pra alguma coisa... (RSF)
Lá na França, um serviço de video-texto independente da Internet - o Minitel - continua funcinando. E empresas como o Yahoo estão trabalhando para utilizar o sistema. A diferença de um serviço que serve pra alguma coisa... (RSF)
Fui dar uma olhada no Suck e - para variar - acabei me enfiando nos arquivos do Filler. E, sei lá como, achei dois muito engraçados: The Inaction Heroes, Pop Psycology e Overprofissionalism: Fear It (desenhado por Phillip Bond!).
Falando em coisas engraçadas que muita gente não vê graça, também li What is funnier?, no McSweeney´s. (RSF)
Falando em coisas engraçadas que muita gente não vê graça, também li What is funnier?, no McSweeney´s. (RSF)
2.6.01
Ontem, vi numa livraria a tradução do primeiro livro de Lemony Sniket contando a triste história dos irmãos Baudelaire, Um Mau Começo. Infelizmente, só tive tempo de ler o primeiro capítulo, me divertindo e entristecendo bastante. Para quem não tem vergonha de comprar livro infantil, ou para os sobrinhos que entendem ironia, é uma ótima pedida. (RSF)
O consumo de drogas, a violência e o número de suicídios vêm aumentando entre os jovens americanos. E tudo isso tem uma estreita relação com os filmes e jogos violento, certo? Nem um pouco. As estatísticas indicam que os adolescentes de lá nunca estiveram tão bem.
Então por que diabos tanto a esquerda quanto a direita de lá querem convencer todo mundo do contrário? (RSF)
Então por que diabos tanto a esquerda quanto a direita de lá querem convencer todo mundo do contrário? (RSF)
Minha leitura de "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius" não foi totalmente sem segundas intenções.
Ainda estou lendo Como e Por Que Ler, de Harold Bloom. Mesmo me irritando com alguma coisa acada três páginas, vou insistindo. Ele é um daqueles que livros que eu chamo de "catálogos": cheio de indicações - algumas das quais nem tinha ouvido falar, principalmente na parte sobre poesia - de leitura.
Tenho brincado com a idéia de ler todos os livros analisados no de Bloom nos próximos cinco anos. Parece muito tempo, mas sempre vai aparecendo mais coisas. Há mais de dois comprei e enrolo com Ulisses e Naked Lunch. E eles estão a menos de dois metros de mim. (RSF)
Ainda estou lendo Como e Por Que Ler, de Harold Bloom. Mesmo me irritando com alguma coisa acada três páginas, vou insistindo. Ele é um daqueles que livros que eu chamo de "catálogos": cheio de indicações - algumas das quais nem tinha ouvido falar, principalmente na parte sobre poesia - de leitura.
Tenho brincado com a idéia de ler todos os livros analisados no de Bloom nos próximos cinco anos. Parece muito tempo, mas sempre vai aparecendo mais coisas. Há mais de dois comprei e enrolo com Ulisses e Naked Lunch. E eles estão a menos de dois metros de mim. (RSF)
Cidade de Vidro
Adaptações de romances para quadrinhos costumam não dar muito certo. Ou as coisas saem apressadas demais devido ao número de páginas inferior, ou as histórias se arrastam e se arrastam, na tentativa de não deixar nada do original de fora. Além disso, romances são bastante diferentes de hqs: eles permitem a exploração da vida interior dos personagens e aquilo que não pode ser visto. Coisa que não é fácil de fazer nos quadrinhos sem recorrer a quilos de texto.
É difícil, mas não chega a ser impossível. Um exemplo de adaptação que funciona (e muito bem!) é a que Dave Mazzucchelli faz da novela "Cidade de Vidro" (extraída do livro "Trilogia de Nova Iorque", do escritor e diretor de cinema Paul Auster).
Mazzucchelli é velho conhecido dos fãs de Frank Miller: foi ele que ilustrou "Demolidor - A Queda de Murdock" e "Batman - Ano Um". Depois disso ele largou os super-heróis para se dedicar a experimentos nas hqs alternativas. Em uma entrevista à revista americana Wizard, ele declarou que "Demolidor foi a conclusão de meus estudos universitários. Ano Um, minha pós-graduação. As coisas que fiz depois eram o porquê de eu estar estudando".
"Cidade de Vidro" é, na superfície, uma história de detetive: o escritor de histórias de detetive Daniel Quinn recebe um telefonema no meio da noite procurando por Paul Auster, pois apenas ele pode dar a proteção que a voz na ligação precisa. Sabe-se lá por que, Quinn acaba se interessando pelo caso e resolve se passar por Auster.
Enquanto a novela vale a pena pelas complexidades de Quinn e dos jogos de palavras, a adaptação vale pela maneira com que Mazzucchelli ilustra as grandes, às vezes enormes, exposições de Auster (o escritor de verdade, não o detetive ou o personagem no livro): as imagens vão acompanhando e expandindo, de maneira às vezes inusitadas, o sentido das palavras. Logo na abertura da história, enquanto o texto fala da vida de Quinn e da maneira com que sua identidade se mescla com suas caminhadas pelas ruas de Nova Iorque, as imagens vão fundindo ruas e traços sem formas, até se tornarem a digital de Quinn em uma janela que mostra a cidade.
Seqüências como essa ilustram o potencial dos quadrinhos quando os autores se lembram que as hqs não são só imagens ilustrando textos, mas uma forma de colocar as duas coisas a serviço do que nenhuma delas pode fazer sozinha.
Cidade de Vidro saiu aqui pela Via Lettera(RSF)
Adaptações de romances para quadrinhos costumam não dar muito certo. Ou as coisas saem apressadas demais devido ao número de páginas inferior, ou as histórias se arrastam e se arrastam, na tentativa de não deixar nada do original de fora. Além disso, romances são bastante diferentes de hqs: eles permitem a exploração da vida interior dos personagens e aquilo que não pode ser visto. Coisa que não é fácil de fazer nos quadrinhos sem recorrer a quilos de texto.
É difícil, mas não chega a ser impossível. Um exemplo de adaptação que funciona (e muito bem!) é a que Dave Mazzucchelli faz da novela "Cidade de Vidro" (extraída do livro "Trilogia de Nova Iorque", do escritor e diretor de cinema Paul Auster).
Mazzucchelli é velho conhecido dos fãs de Frank Miller: foi ele que ilustrou "Demolidor - A Queda de Murdock" e "Batman - Ano Um". Depois disso ele largou os super-heróis para se dedicar a experimentos nas hqs alternativas. Em uma entrevista à revista americana Wizard, ele declarou que "Demolidor foi a conclusão de meus estudos universitários. Ano Um, minha pós-graduação. As coisas que fiz depois eram o porquê de eu estar estudando".
"Cidade de Vidro" é, na superfície, uma história de detetive: o escritor de histórias de detetive Daniel Quinn recebe um telefonema no meio da noite procurando por Paul Auster, pois apenas ele pode dar a proteção que a voz na ligação precisa. Sabe-se lá por que, Quinn acaba se interessando pelo caso e resolve se passar por Auster.
Enquanto a novela vale a pena pelas complexidades de Quinn e dos jogos de palavras, a adaptação vale pela maneira com que Mazzucchelli ilustra as grandes, às vezes enormes, exposições de Auster (o escritor de verdade, não o detetive ou o personagem no livro): as imagens vão acompanhando e expandindo, de maneira às vezes inusitadas, o sentido das palavras. Logo na abertura da história, enquanto o texto fala da vida de Quinn e da maneira com que sua identidade se mescla com suas caminhadas pelas ruas de Nova Iorque, as imagens vão fundindo ruas e traços sem formas, até se tornarem a digital de Quinn em uma janela que mostra a cidade.
Seqüências como essa ilustram o potencial dos quadrinhos quando os autores se lembram que as hqs não são só imagens ilustrando textos, mas uma forma de colocar as duas coisas a serviço do que nenhuma delas pode fazer sozinha.
Cidade de Vidro saiu aqui pela Via Lettera(RSF)
1.6.01
Os recenseadores da Austrália e Nova Zelândia enfrentando os poderes da Força: um corrente de e-mail afirma que, se pessoas suficientes responderem de acordo, as autoridades terão de reconhecer que existe uma religião Jedi. Segundo os oficiais do censo, o negócio não é bem assim.
(RSF)
(RSF)
Hoje dediquei algumas horas a um dos meus passatempos favoritos: ficar horas numa livraria. Em vez de uma movimentada num shopping, me escondi numa perto da faculdade. Para variar, sofri bastante, apesar de ter futucado pouco.
Logo que cheguei, fiquei dando uma olhada num livro sobre caricaturas que enrolo para comprar há mais de um ano. O livro parece bom e tal, mas ainda não conseguiu me empolgar o suficiente. E hoje eu não estava em condições de comprar nada.
Passei a maior parte do tempo que fiquei lá lendo dois contos de Borges, ambos de Ficções: "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius" e "Pierre Menard, Autor do Quixote". Apesar da idéia do primeiro ser mais interessante, achei o segundo muito melhor: já havia encontrado mundos invadindo o real antes. Mesmo que a idéia tenha sido do argentino, as "cópias" são bem melhor desenvolvidas.
Acho que meu problema com Borges é justamente esse: seus fãs-escritores escrevem muito melhor que ele próprio suas idéias. E como eles estão em tudo quanto é canto, é difícil se deparar com alguma que ainda não tenha sido reciclada. Apedar da minha insistência, prefiro Umberto Eco, Grant Morrison e Paul Auster a Borges.
O resto do tempo passei lendo trechos de uma coletânea de ensaios do New York Times Book Review. Mais um livro para a Lista Sem Fim. (RSF)
Logo que cheguei, fiquei dando uma olhada num livro sobre caricaturas que enrolo para comprar há mais de um ano. O livro parece bom e tal, mas ainda não conseguiu me empolgar o suficiente. E hoje eu não estava em condições de comprar nada.
Passei a maior parte do tempo que fiquei lá lendo dois contos de Borges, ambos de Ficções: "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius" e "Pierre Menard, Autor do Quixote". Apesar da idéia do primeiro ser mais interessante, achei o segundo muito melhor: já havia encontrado mundos invadindo o real antes. Mesmo que a idéia tenha sido do argentino, as "cópias" são bem melhor desenvolvidas.
Acho que meu problema com Borges é justamente esse: seus fãs-escritores escrevem muito melhor que ele próprio suas idéias. E como eles estão em tudo quanto é canto, é difícil se deparar com alguma que ainda não tenha sido reciclada. Apedar da minha insistência, prefiro Umberto Eco, Grant Morrison e Paul Auster a Borges.
O resto do tempo passei lendo trechos de uma coletânea de ensaios do New York Times Book Review. Mais um livro para a Lista Sem Fim. (RSF)
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